Quando
eu era criança, gostava do mar agitado. Quanto maiores as ondas, mais eu corria
ao encontro delas. A água quebrando com força nos meus ombros, meus pés sem chão, o
sal entrando pelos olhos, ouvidos e narinas. A cabeça para baixo, os pés para o
alto, ir para a direita achando que ia para a esquerda, chegar ao fundo
pensando que fosse o raso. Cambalhotas, os pés no lugar das mãos. Às vezes um
peixe. Os cabelos desalinhados, total desnorteio.
Hoje,
aos quarenta, prefiro o mar como uma piscina.