Suas mãos suavam, por mais que ela
tentasse disfarçar. Até que o tatuador entrou na sala de espera e piorou a
situação. Além dos olhos verdes e das tatuagens sob os pelos dourados, ele tinha os músculos desenhados. Mas não era só isso. Ele tinha um quê, sabe? Uma aura de quem sussurraria palavras inimagináveis para ela, ao mesmo tempo em que lhe puxaria
os cabelos sem machucar. Era um homem que mesmo em silêncio pedia tudo o que ela estava disposta a dar.
Ela explicou que queria tatuar o
nome do marido no final das costas, um pouco acima do bumbum, entre as duas
covinhas. Isso, exatamente aí, onde a carne fica côncava. Isso, aí, aí mesmo,
antes que o bumbum comece a arrebitar. Só que o tatuador tinha umas mãos. Ah,
as mãos do tatuador.
Ela chegou em casa com o ideograma
da palavra amor tatuado no tornozelo direito:
Seu nome era muito grande, amor,
foi a explicação que ela deu para o marido.
João não entendeu muito bem, mas preferiu não questionar. Ela estava tão feliz, tadinha.
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