terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Atenção


Onze da manhã e o metrô lotado. Ela se perguntava de onde vinham e para onde iam todas aquelas pessoas, inclusive ela. Não deveriam estar no trabalho? Em casa? Numa consulta médica? Cuidando dos filhos que não estão na escola? Esses pensamentos a impediram de ler o jornal e quando o alerta avisou que sua estação estava chegando, se preparou para avançar e tropeçou. Não num pé dentre tantos outros, mas no pé dele, que ela não havia notado até aquele momento, até subir os olhos para pedir desculpas. Ela com o jornal na mão, ele com um livro digital. Ele, que segurou o braço dela – firme, para que ela não caísse, e que não o soltou mesmo quando viu que ela estava fora de perigo. O sinal que indicava o fechamento da porta soou e ela fugiu, num salto, tropeçando novamente.

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