Foi quando
acordaram, o quarto ainda não totalmente claro, que viram o pacote no chão, um
obstáculo no caminho para o banheiro. Um pacote estereotipado para presente,
envolto em papel roxo brilhante e finalizado com um laço vermelho per-fei-to.
Ele pulou o
embrulho e entrou no banheiro.
Não vai abrir?,
ela perguntou.
Ele levantou os
ombros: e que diferença faz saber o quê se tem por dentro? E se descobrirmos um
coração que bate falhado? Um estômago corroído? Pulmões bloqueados? Sangue muito
grosso ou muito fino? E se o quê se tem por dentro for simplesmente impossível
de ser revelado?
Ao meio-dia, ela
enterrou o pacote na areia. Ainda brilhando, ainda perfeito.
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