segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Temperos

Segunda-feira. O telefone toca às dez da manhã, pontualmente, como nos últimos dez anos: filha, vou fazer peixe, quer vir almoçar com o papai? Eu não como peixe, papai, lembra?, mas eu vou e como a salada e o arroz e o feijão. Então vou caprichar no tempero do feijão, minha filha, com coentro e linguiça. E pontualmente, como nos últimos dez anos, ela chega à casa paterna ao meio-dia, carregando a salada, o arroz e o feijão com coentro e linguiça. Além da pescada branca, o peixe preferido do pai. 

...

Gostou do peixinho, minha filha?

Muito, papai.

E ele a serve de uma fatia de pudim de leite, que ela deixou pronto no domingo. 

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