Segunda-feira. O
telefone toca às dez da manhã, pontualmente, como nos últimos dez anos: filha,
vou fazer peixe, quer vir almoçar com o papai? Eu não como peixe, papai,
lembra?, mas eu vou e como a salada e o arroz e o feijão. Então vou caprichar
no tempero do feijão, minha filha, com coentro e linguiça. E pontualmente, como nos últimos dez anos,
ela chega à casa paterna ao meio-dia, carregando a salada, o arroz e o feijão com coentro e linguiça. Além da pescada branca, o peixe preferido do pai.
...
Gostou do peixinho, minha filha?
Muito, papai.
E ele a serve de uma fatia de pudim de leite, que ela deixou pronto no domingo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário