Era ela toda um erro: dos fios do cabelo que não conseguiam
se ajeitar aos pés com ossos que cresciam tortos. Gritava em vez de sussurrar.
Agredia em vez de pedir ajuda. Não conseguia alimentar os outros, só de vez em
quando com um prato de macarrão. Molho, só pronto. Insistiu em ter filhos que
não deveria ter. Beijou um homem para quem não deveria ter olhado. Uma vez, há
muito tempo, mas não tanto tempo assim para uma vida, recebeu um carta: há
morte no seu toque. Uma carta da única pessoa para quem ela se mostrou nua. Com
acerto.
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