Areia, cachoeira,
mar, grama, bosta de vaca; se você viesse e me tirasse desse dia cinza e
barulhento, receberia o meu sorriso mais triste, sentiria minhas mãos num
fortíssimo, se afogaria nos meus olhos e saberia que eu te amo, mesmo que eu nada
faça. E de que adianta, você me perguntaria, amar e nada fazer? E de que
adianta, eu te perguntaria, amar e tanto fazer? Só sei amar na quietude, qualquer
movimento me distrai, todo o barulho me dói. Olhe para as minhas mãos, olhe.
Olhe! De que adianta amar e não olhar? Eu nada consigo, nada se liga a nada no
meu corpo, meus fios de cabelo escorregam pelos meus dedos, meus joelhos amoleceram, minha pele me escapa. Sou toda fuga. Olhe para as minhas mãos, olhe. Olhe! De que adianta, se você não
vem?
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