Passei em frente
àquela rede de cafeterias que não sei mesmo se é de cafeteria, só sei da rede.
Não de proteção. Quer dizer, talvez, a depender de quem entra e como entra.
Ontem fui Laura. Precisava ser Laura em algum lugar. Coloquei o copo sobre a
mesa e levei um susto. Ah, Laura, hoje, sou eu. Além do atendente, ninguém mais
me chamou de Laura, mas foi um começo e me senti livre para pedir um red velvet, veja só. Hoje pela manhã fui
Heloísa. Heloísa pediu um expresso e pão de queijo, não come bolos durante a
semana e não abre exceções. Além do atendente, a moça do caixa gritou Heloísa, seu troco! Voltei. E sorri. Um
sorriso contido porque Heloísa não é de sorrir assim, escancarada por aí. Voltei
à tarde, mesmo sem sede, mesmo sem fome. Vivien. Vivien pede uma mistura de
café, leite, baunilha, canela, chocolate e coloca adoçante. Um pacotinho de
adoçante em pó que um dia vai virar um câncer. E Vivien come um salgado de
massa integral com peito de peru porque Vivien não come presunto. Vivien, com “e”, moço. Vi-vi-en. Guarde esse nome. Amanhã,
amanhã não sei. Luiza, talvez. E Luiza talvez goste de chantilly, mas ainda não
sei.
E assim vamos assumindo novas formas e personalidades todos os dias.
ResponderExcluirBj e fk c Deus
Nana
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