E ela desviou
das cabeças de peixe na calçada, do cheiro da morte, do mendigo que
queimava o braço com café quente, da gorda com rosto bexiguento e cabelo loiro
boneca que anunciava a próxima sessão pornô – “casal também pode”, da
banda que tocava marchinhas de carnaval, da mãe que apertava a mão da criança a
ponto de seus olhinhos encharcarem, do nóia
com o rosto escondido e o pau de fora, do crente que lhe disse “Jesus te ama” (que bom, que
bom...) e da morena elegante com salto agulha e polainas douradas. Fazia frio nessa
manhã.
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