No
primeiro encontro eles se beijaram e ela gostou. Macio e quente, mãos fortes na
nuca, nariz ávido. Ela resolveu não ligar no dia seguinte, mas antes da
meia-noite o telefone dela tocou. Ele queria mais e ela cedeu.
No
segundo encontro passaram seis horas na cama e ela gostou. Peito e coxas rijas.
Saliva abundante e doce. Quadril pesado. Ela resolveu não ligar no dia
seguinte, mas antes da meia-noite ela recebeu flores. Ele queria mais e ela cedeu.
No
terceiro encontro ele preparou o jantar. Massa al dente. Brunello di Montalcino.
Andrea
Bocelli. Tiramisù. Tudo porque o
sobrenome dela era Pavanelli, ele explicou. E falaram sobre seus trabalhos, ele
advogado, ela médica; suas paixões, ele música, ela balé clássico; suas
infâncias, ele na capital, ela no interior; seus pais, quando ele mencionou a
revolução. Que revolução?, ela não havia entendido. De 64, ele esclareceu. Foi
quando ela rejeitou o licor – antes de dizer que não poderia ficar – antes de
entrar no táxi – antes de apagar o contato dele do celular – antes de lamentar. E
muito.
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