segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Barreiras intransponíveis

No primeiro encontro eles se beijaram e ela gostou. Macio e quente, mãos fortes na nuca, nariz ávido. Ela resolveu não ligar no dia seguinte, mas antes da meia-noite o telefone dela tocou. Ele queria mais e ela cedeu.

No segundo encontro passaram seis horas na cama e ela gostou. Peito e coxas rijas. Saliva abundante e doce. Quadril pesado. Ela resolveu não ligar no dia seguinte, mas antes da meia-noite ela recebeu flores. Ele queria mais e ela cedeu.


No terceiro encontro ele preparou o jantar. Massa al dente. Brunello di Montalcino.  Andrea Bocelli. Tiramisù. Tudo porque o sobrenome dela era Pavanelli, ele explicou. E falaram sobre seus trabalhos, ele advogado, ela médica; suas paixões, ele música, ela balé clássico; suas infâncias, ele na capital, ela no interior; seus pais, quando ele mencionou a revolução. Que revolução?, ela não havia entendido. De 64, ele esclareceu. Foi quando ela rejeitou o licor – antes de dizer que não poderia ficar  antes de entrar no táxi – antes de apagar o contato dele do celular  antes de lamentar. E muito. 

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