Trinta e sete
graus na mais fresca sombra. No café, poucas janelas e nenhum ar condicionado.
Não há brisa. Na mesa ao lado, um homem com o peiot desgrenhado, chapéu preto
de veludo, terno, gravata e capote pretos. Do seu rosto, só vejo o permitido
pela barba, bigode e cabelo compridos. Da pele que parece nunca ter sido tocada
pelo sol, só as mãos. No pouco que vejo, há suor e sebo. Com ele, dois bolivianos
(ou peruanos ou chilenos ou mexicanos?) em camisas rotas e calças curtas que me
deixam ver meias que não combinam com os sapatos, e um quarto (e último) homem
gordo e careca. Está de costas para mim e isso é tudo que posso ver, além da
pele suada debaixo da camisa clara. Tomam uma xícara de café atrás da outra,
com pouca água nos intervalos, e nada comem. Não riem e mexem muito os olhos.
Sobre o quê falam, não posso dizer, nada escuto. E sobre o quê falam é só o que
me interessa.
Em outras palavras: de nada serve tudo o que escrevi aqui.
Eu avisei.
kkk um texto com senso de humor sempre serve.
ResponderExcluirBj e fk c Deus
Nana
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