Ela ligou para a mãe e para os filhos poucos minutos antes de entrar no
avião. Prometeu que os veria em breve, mesmo que a pergunta “e se não?” não lhe
saísse da cabeça. O casal na fila do embarque se abraçava como se aquele não
fosse o último momento. Ela procurava, sem querer encontrar, alguém que
sinalizasse que aquela seria a sua última viagem. A senhora se despedia do neto
com um “a vovó volta logo”. O filho abraçava o pai, lembrando-o de que esperava
um computador. Sua mãe no telefone rogava a Deus que acompanhasse a filha
durante a viagem. E a mãe da mulher na sua frente também. E a mãe do jovem ao
seu lado também. E a mãe do homem que deixava o filho esperando o presente
também. E quando tantas mães pedem a Deus para acompanhar seus filhos, ele (ou
Ele?) não ousa contrariá-las, não? Ou sim?
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