Enquanto não sei
o que fazer, faço nada. Passo os dias assim: fazendo nada. Nada olhando para
essas paredes que já não me parecem tão brancas. Nada olhando para as minhas
mãos que a cada manhã ganham uma nova e discreta risca. Nada olhando para as
unhas dos meus pés, que demoram para crescer, pode ser falta de vitamina, acho
que é isso que minha mãe diria se olhasse o lento crescimento das minhas unhas.
Nada olhando para a janela que me mostra pessoas fingindo que têm algo de
importante para fazer. Bando de merdinhas. Pessoas apressadas para a minha
direita, para a minha esquerda e eu aqui, honesta acima de tudo, sem saber o
que fazer porque não há o que ser feito quando se entende que só o nada nos
cerca e nos preenche.
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