Era domingo. E era Páscoa. E ela
acordou com um coelhinho branco felpudo pulando sobre sua barriga. Carregava
uma cestinha cheia de ovinhos de chocolate embalados em papéis coloridos e
brilhantes. Ah, como mexia rápido o focinho. Ela riu alto. O coelhinho deu um
salto ainda mais alto, quase uma cambalhota. Ela afagou as orelhas macias do bichinho e tentou pegar um ovinho – quem não gosta de acordar
com um sabor doce?, mas o coelhinho puxou a cestinha para si. E olhou para ela
com o focinho paralisado. Ela ficou com o rosto vermelho. O coelhinho sentou ao
seu lado e tirou o papel dourado (a cor preferida dela) de um ovinho. Ela
sorriu e esticou a mão. E o coelhinho comeu o ovinho de uma só vez, rindo
enquanto esfregava a barriguinha com uma das patinhas. E fez isso de novo, mas
com o ovinho embalado no papel prata (a segunda cor preferida dela). Ela ficou
com o rosto ainda mais vermelho. E quando as lágrimas iam pular, diante do
sorriso do coelhinho, ela o agarrou pelas orelhas, soltou um grito sem frase e
sufocou o coelhinho com um travesseiro branco como ele. E antes de levantar para o café da manhã, esvaziou a cestinha que ficou caída no chão.
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