Dos
meus filhos dançando comigo na sala, os joelhinhos ligeiramente dobrados e as
bundinhas balançando para lá e para cá para lá e para cá, numa noite qualquer,
nada a comemorar a não ser a nossa alegria.
Da
carta (sim, carta de papel dentro de um envelope fechado) da Vanessa, me
explicando a razão de ter buscado a minha amizade.
Do
convite para ser madrinha da Carolina.
Da
risada do meu filho mais novo, que quase o leva a perder o fôlego.
Do
olhar e do sorriso do meu filho mais velho quando me vê (filho, mesmo que um
dia você chegue a me odiar, esse olhar e esse sorriso não escondem a giganteza
do teu amor).
Da
mão da Angélica na minha barriga.
Do
tio Ricardo me jogando na piscina para eu aprender a nadar.
Da
primeira vez que li Anna Kariênina. E da segunda que li António Lobo Antunes.
Do
meu pai me contando que ele era o Super Homem.
Da
primeira vez que fiquei de frente para a Torre Eiffel.
Das
mãos da minha mãe sempre nos preparando alguma coisa ou doce ou quente ou macia
ou saborosa ou cheirosa ou aconchegante.
Do
primeiro choro da Mariana e da Isabela.
Do
rap que meus colegas de escola compuseram para o meu aniversário de 16 anos.
Do
olhar do Marcelo no altar.
Do
gosto da bala de gergelim que minha mãe comprava ela nem se lembra onde.
Da
noite sem luz na casa da Leticia.
Da
mão pesada do meu avô fazendo um carinho desajeitado na minha cabeça.
Do
gosto do molho de salada do tio Derek.
Do
sorvete da Gelateria del Bambino que imitava um espaguete ao sugo.
De
nós quatro sentados na varanda iluminada por velas, olhando os fogos que
anunciavam um novo ano.
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