Se você tivesse dinheiro para ir para qualquer lugar do mundo, hoje,
agora, já, para onde você iria, ele
perguntou, os olhos entre o rosto dela e o telefone dele, enquanto tomavam um
pingado e comiam um pão na chapa no bar da esquina da casa dele, aberto no
primeiro dia do ano porque o dono há muito tempo não diferenciava o primeiro de
qualquer outro dia do ano. Líbano,
ela respondeu, certeira, a resposta pronta para sair em razão do seu desejo
mais antigo e durante muito tempo secreto porque ninguém entendia a razão de
alguém ter o sonho de visitar o Líbano se sua família não tinha nenhuma
passagem pelo país. Líbano?, ele
afastou os olhos do celular e parece que a descobriu ali na sua frente. Líbano, ela estava segura. Ela viu os
olhos dele vagarem por um mapa imaginado, na dúvida de onde ficava o Líbano,
tão fora da rota Nova Iorque-Paris-Londres, por que raios alguém quer visitar o
Líbano se pode ir para qualquer outro lugar, ela sabia que era o que ele
pensava, até que os olhos dele se fixaram mais para a direita; ele ao menos tinha
encontrado a região. E devolveu para ela um sorriso bem educado. Mas dos países que conhecemos, para qual
você iria hoje, agora, já, se tivesse dinheiro? Ela pediu um café, dessa
vez puro. Qualquer um. E perguntou o
que ela achava do número de ministérios do novo governo.
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