Mais um jantar – nosso. Eu, aqui. Você, aí. Eu, macarrão
pronto em três minutos, uma taça de um vinho ganhado numa cesta de Natal,
música dos anos oitenta, tantos livros para ler espalhados pela mesa da
cozinha, o gato que me olha com desgosto – talvez pena. Você, a massa preparada
há horas, eu observei desde o começo da tarde de ontem, os tomates tão
vermelhos nas suas mãos que imagino grossas para o molho que você experimenta
sem a ajuda dos convidados, três ou quatro à mesa enquanto você vai do fogão para
a pia e da pia para o fogão, compartilhando com eles o vinho que escolheu na
adega, sozinho, alguns minutos olhando rótulos, eu também vi. A fumaça de um cigarro
na minha cozinha. Tantas fumaças na sua, para onde quero ser convidada a me
sentar e ficar, mas você está ocupado demais para olhar pela janela e me
flagrar aqui, do outro lado, a pedir.
A beleza da solidão chega a ser tocante.
ResponderExcluirBj e fk c Deus
Nana
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