A reunião,
planejada, foi cancelada. A febre e a dor de cabeça no corpo dele, não
planejadas, passaram na frente. O corpo pequeno, que só deveria brincar, não
dormiu à noite, conforme planejado. E minhas oito horas de sono, planejadas,
foram interrompidas, quantas vezes? Contei uma, duas, três, acho que cinco. Há
quantos anos, aliás, minhas horas de sono não passam de planos? E tem a morte.
Ah, essa que não conhece agenda, relógio, calendário ou planilha. Essa que
chega e passa na frente do que for, até de reunião planejada com o presidente
dos Estados Unidos da América, que não sei se ainda é o homem mais importante
(whatever it means) do planeta, mas que também pode ser alcançado pela morte.
Oh, god! E ela chega e passa na frente de todos os planos, nos deixando assim,
assim... só com a certeza de que não temos palavras e de que vivemos como se
ela não estivesse no único plano que dá certo e como se nossos planos fossem
todos se concretizar só porque estão nas agendas e nas planilhas, às vezes até
escritos no calendário pregado com fita crepe na porta da geladeira.
Mas a reunião
fica para amanhã. Ou depois de amanhã. Assim como a compra do leite, apesar do bilhete
na geladeira há dois dias.
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