O sapato vermelho envernizado brilhava
como um planeta. Ela chegou tão perto que gelou a ponta do nariz na vitrine.
Virou a cabeça pequena e delicada para a esquerda, depois para a direita, numa
tentativa frustrada de ver o planetinha em trezentos e sessenta graus. Olhou
para seus pés metidos em sapatilhas desbotadas, sorriu um sorriso que me fez pensar
que ela saltitaria; mas não. O sorriso também descoloriu e ela me deixou ali.
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