Onde,
afinal, há um lugar onde se possa viver? Simplesmente: assim: viver. Comer
quando se tem fome ou se quer juntar os amigos e a família. Beber quando se tem
sede ou quando se quer celebrar: o nascer de mais um dia, uma noite com lua, um
nascimento, uma morte que não tenha chegado antes do fim. Ouvir uma música.
Ler. Abraçar. Correr com uma criança. Virar estrelas num descampado sem cercas.
Morar numa casa sem trancas, com sala, cozinha, banheiro e alguns quartos. Um.
Ou dois. Três, no máximo. Dormir perto de quem se ama. Chorar. Limpar sua
própria sujeira. Encontrar o silêncio na esquina. Descansar quando o sol diz “até
amanhã”.
Simplesmente:
assim: viver: nascer, ser amado, aprender, ensinar, trabalhar pouco, amar
muito, morrer dormindo.
Onde,
afinal?
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