Ele disse: eu te
amo. Assim, eu-te-amo, olhando para ela. E ela imaginou as letras se juntando,
o E agarrado ao U, o U ao T, o T ao E, o E ao A, o A ao M, o M ao O, o O ao E,
formando um círculo, e esse círculo sendo recheado de afagos, beijos, abraços, olhares,
telefonemas, promessas, pães quentes, pernas entrelaças, até virar uma bola, dessas
bolas gigantes e coloridas que as crianças ganham (ou ganhavam) em parques de
diversão, e ela viu ele jogando a bola para ela, euteamoeuteamoeuteamoeuteamo,
mas a bola não chegava até ela. Você entende? Ele jogou a bola, mas a bola não
chegou. Ficou parada em algum lugar inacessível entre os dois.
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