quarta-feira, 16 de abril de 2014

Febre


São pálpebras que não conseguem se manter abertas: pesam e raspam ásperas nos globos lacrimosos. Braços que não levantam. Patas de elefantes em pernas de saracura. Três corações: na garganta, no peito e no estômago. Rins que não filtram gritos que ficam perdidos pelas unhas. Chocam-se. Nenhum sinal de saída. Nenhum sinal de chegada. Sem começo e sem fim. Uma tripa labiríntica e risonha: decifra-me ou...vá à merda.

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