Como se uma bola
de fogo crescesse ao som do tema de 2001: Uma Odisséia no Espaço, foi assim que
ela percebeu seu estômago durante a noite. Embrulhou-se no próprio corpo
com frio e gemeu. Se pudesse arrancar um osso do corpo e arremessá-lo contra a
parede que passava a noite a lhe dizer: não há ninguém. Mas não podia. Não
conseguia. Correu para o banheiro. Era preciso vomitar até ver o próprio
estômago boiando na água amarelada da privada. Só depois conseguiria dormir por
mais algumas horas. E conseguiu. Mas quando acordou, a parede continuava a lhe dizer: não há ninguém.
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