Eu devia ter o
quê? Uns seis, sete anos. E voltava da escola com meu pai na direção do carro.
Quase em casa, ele abaixa o som que vinha de uma de suas fitas cassetes, com
canções de Milton, Chico, Caetano, Gil, Gonzaguinha, que eu adorava, e me
pergunta: filha, você é feliz? Que visão tinha eu da vida, tão jovenzinha, que
me fez intuir (?) que eu deveria responder sim para não deixá-lo triste, porque
claro que ele, pai tão dedicado, precisava ouvir que eu era feliz? E sim eu
disse, pedindo desculpas mudas por mentir para o meu pai. Não que eu não fosse
feliz, meu pai, não é isso. É só que alguma coisa em mim - sem nome, sem morada - já não me deixava
acreditar nessa ideia de felicidade plena. E sei que era dessa que você me
perguntava; o medo de ter me colocado no mundo em vão. O que importou, ali,
naquele dia, naquele carro, foi que ele, meu pai, depois de ouvir o meu sim,
disse: que bom!
A nossa felicidade, muitas vezes, reside em fazer o outro feliz.
ResponderExcluirBj e fk c Deus.
Nana
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