Você veio. Não identifiquei o que trazia nas mãos, mas as
minhas começaram a suar assim que você entrou, o mesmo sorriso e o mesmo meneio
de lado com a cabeça, como sempre fez quando estava sem graça, porém corajoso.
Tentei esconder as mãos, que queriam correr para tocar teu rosto, teus ombros,
tuas mãos que traziam algo não identificável. Não era nenhum anel, pois anéis
não são do teu feitio. Com o que você me presentearia? Uma folha arrancada de
uma árvore? Uma foto tua ainda no berço? Uma tartaruga? Uma compota de caju? Uma
página de algum livro que estava lendo? Minhas mãos fugiram e levaram meus
braços que te abraçaram. Forte. Suave. O teu cheiro ainda é o teu
cheiro. E você foi, levando não sei o quê nas mãos.
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