quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Pesadelo


Acordei no salto. O salto para fora da cama. O salto para fora do inconsciente. O lençol enroscado nas pernas. Os olhos tentando reconhecer minha cama, minhas paredes, meu corpo. Sim: minha cama, minhas paredes, meu corpo; mas o coração não desacelera. Havia morte. Havia meu filho. Havia meu irmão. Havia meu irmão no corpo do meu filho. E meu irmão no corpo do meu filho me pedia ajuda. Essa morte sempre à espreita. Saltei. Mãos molhadas, a corrida até a cama dos filhos, o celular sem mensagens da família. Todos dormem. Todos, menos eu.

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