Sonhei com um pássaro de plumas amarelas esverdeadas, gordo,
achei que fosse pelúcia, mas ele pousou no meu braço que descansava debaixo de
tantos galhos entrelaçados e adormeceu feito um gato. Eu precisava descrever
para alguém as maravilhas daquele pássaro que ronronava sobre o meu braço, as
penas macias tocando minha pele já quente de sol, mas não havia ninguém ao meu
lado quando acordei com um cheiro doce-enjoativo no estômago. Quer dizer, havia, mas era o corpo de alguém que não
estava lá, alguém que há tanto tempo procuro que já perdi a noção do tempo, não
me assustarei se nossos cabelos já estiverem todos brancos quando nos
encontrarmos novamente. E, até lá, é provável que eu tenha me esquecido do pássaro, mas não de vomitar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário