quarta-feira, 20 de maio de 2015

Freud

Sempre sonho que não conseguimos casar. Entro na igreja, caminho pela nave, mas minhas pernas travam antes de chegar ao altar. Entro na igreja, nós dois radiantes, caminho pela nave, chego ao altar, mas não conseguimos juntar as mãos. Ou juntamos as mãos e antes do sim alguém vira nuvem. Há sempre uma força inconsciente que nos impede de realizar o casamento e acordo ofegante. E é sempre você, não há exceções em mais de vinte anos. No de hoje, eu esqueci de agendar a igreja. Você apareceu, dentro de um carro, de terno, ao lado da sua mãe, prontíssima para te entregar a mim num vestido prata, e eu, no meio da rua, não reconheço a rua, de bermuda e camiseta, descabelada, levando as mãos à cabeça, tentando explicar que não tinha reservado a igreja, ao mesmo tempo em que tentava explicar que não, de jeito nenhum, esse esquecimento não era falta de amor, nem de vontade, nem de desejo, era só... não sei, a força do meu inconsciente. 

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