Sentou-se à mesa com os filhos ao redor. Noras, genros e o
marido na outra ponta. Uma das filhas coloca flores no vaso há muito vazio num
dos cantos da sala. Ela olha. Olhava. A diferença entre ela e o vaso, pensou,
era que ele é mais colorido. E agora com as gérberas, mais vivo. Uma filha que
não come presunto, um filho que não come nada que venha do mar, um genro que
não come verdes, o marido que pergunta a safra do vinho. Os netos tão
malcriados quanto os filhos. Alguém elogia o cordeiro. Cordeiro?, ela pensa
enquanto passa os olhos pela mesa. Obrigada,
aproveitem. Uma filha propõe um brinde. Ela sorri, levanta a taça, dá um
gole e come. Em silêncio. Sorrindo, mas sempre em silêncio.
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