Nasceu condenada
a enganar quem para ela olhasse. Não se sabe se pela genética ou pelo meio.
Fato é que sorria e até cantava e sorrisos e cantos levam as pessoas à ideia de
uma felicidade concreta e permanente. Talvez não fosse ela quem enganasse. Talvez
ninguém engane ninguém. Talvez...talvez na tentativa de entender alguma coisa,
qualquer coisa, ela fique rodando feito pião, daqueles de madeira, sem cores,
sem luzes, sem sons. Talvez seja essa sua condenação: passar a vida a rodar, no
escuro da madrugada, chocando-se contra as paredes geladas de um quarto vazio,
para na manhã seguinte sorrir e cantar.
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