Passei em frente à igreja, as portas abertas, seis da tarde,
o interior iluminado, lâmpadas amarelas, como o sol que já tinha ido pro outro
lado do mundo, pra voltar de novo, e de novo, e de novo, não se sabe até
quando, a coroa da santa no altar azulado, dourada e brilhante, tantas pessoas,
mais de cinquenta, contei rapidamente, ajoelhadas, testas apoiadas nas mãos
cruzadas sobre os bancos, o silêncio da Ave Maria, tanto silêncio, que caí dentro dele, e senti a
tristeza enfiar as garras nos meus pulmões, não tenho perante quem abaixar a
minha cabeça e pedir, tanta inveja daquela gente, tanta inveja...
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