terça-feira, 12 de novembro de 2013

Maratona e saudade numa tarde de verão

Sempre chega um tempo, um tempo qualquer para uma sucessão de atos, que a gente só sabe que chegou quando já foi. E chegou o tempo de eu não ter mais tempo para os almoços com minha avó. As noites de sábado só terminavam nas manhãs de domingo e os almoços viravam cafés da manhã e as tardes eram preenchidas com lembranças e telefonemas prometidos na noite anterior e eu ainda não conhecia a agonia do início do que se determinou semana útil (?) e não pensava sobre a impossibilidade de se voltar para o ponto em que havíamos deixado a corrida. Eu não sabia que corríamos. Numa tarde à toa, quando também não sabia que tardes à toa correm, eu te liguei só para dizer que te amava. Você suspirou surpresa, agradecida e tímida disse que também me amava. É claro que sim, você lambia as solas dos meus pés infantis. Mas o que eu devia mesmo ter feito era ter te levado para tomar um sorvete numa tarde quente como a de hoje. 

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