segunda-feira, 10 de março de 2014

Acabou nosso carnaval

O coração se contraía no mesmo ritmo do alaranjar das montanhas. Talvez não fosse só isso. Talvez fosse também o céu que passava do azul para o rosa. Talvez fosse o fim de um dia que nunca mais – nunca mais, que coisa! – voltaria a existir. Ou a música que tocava no carro, how long will I love you?, as long as stars are above you, misturada à risada das crianças e às mãos do marido no volante (ou rolante, como diz o menino mais novo). Quem sabe – quem sabe, afinal? – o menino que andava de skate num parque montado na orla; a mulher que corria atrás do ônibus com um bebê chacoalhando no colo; o vendedor de pipocas por trás da luz do lampião solitário no carrinho; a banca de jornais sendo fechada; tudo findando com o dia, até seu coração virar um nó. 

Um comentário:

  1. Eu não consigo lidar muito bem com a sensação de término...acho que nenhum ser humano consegue.
    Bj e fk c Deus.
    Nana
    http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com.br/

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