sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A praia do meu futuro


Nãããooo! Mil vezes não!, seu despertador desgraçado. Você não sabe o que é ter um sonho interrompido porque não tem pele. Desgraçado! Era o Wagner Moura no meu sonho, puta que pariu era o Wagner Moura com aquela carinha de bebê pedindo a mamãe. E sabe o que ele me falava? Que nunca tinha encontrado uma pessoa tão incrível como eu. Que nunca imaginou que pudesse querer ficar tanto perto de alguém como queria ficar perto de mim. E falava isso e pegava nas minhas mãos, nos meus braços, no meu rosto, para ter certeza de que eu estava ali, ao alcance dele. E me dizia que mesmo que fôssemos dois divorciados com filhos pequenos nós merecíamos aquela história (que você desgraçadamente interrompeu). E tudo bem porque divorciada aos quarenta com dois filhos pequenos eu já não espero nenhum virgem solteiro mesmo. E talvez seja melhor assim, que venha com o pacote. E ele me dizia isso e me beijava, meudeus, eu beijava aquela boquinha safada do Wagner Moura, e ele estava com o cabelo mais comprido, a barba por fazer, como A Praia do Futuro, meudeus, eu queria aquela dança da Praia do Futuro e você, despertador desgraçado, não me deixou chegar lá. Paramos na praia, eu e Wagner, à noite. Ele me deitou numa pedra dourada de areia e luar, colocou o corpo dele por cima do meu, mais uma vez disse que não acreditava na minha existência. Estava feliz. Eu mais ainda, tenho certeza. E foi então que você chegou.

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