segunda-feira, 30 de maio de 2016

O almoço

Comi um guarda-chuva na hora do almoço. Dobrei-o em tantos pedacinhos quanto me foi possível dobrá-lo. Dobrei-o, não: quebrei-o. Devo ser honesta, apesar de não saber por que devo. O guarda-chuva que almocei foi transformado em vários guarda-chuvinhas em pedaços. Não joguei sal, nem azeite. Puro como os cafés que tomo no meio da tarde e que hoje não tomei. É que os pedaços estão se juntando e parece-me que o guarda-chuva inteiro, orgulhosamente reconstituído, abriu dentro de mim. 

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