quinta-feira, 17 de julho de 2014

Almoço de domingo


Ele não achou que ela fosse, não naquele dia, ele nunca achava que ela iria no dia em que ela falava agora eu vou, mas naquele dia, a água para o macarrão ainda fervendo, o tomate pelado para o molho na pia, ela foi. Ele ia abrir um vinho, ia elogiar o sabor do molho e o ponto do massa, ficou al dente, querida, mas ela foi. Sem bater a porta. Sem gritar. Sem deixar o rímel escorrer pelas bochechas que sim, haviam crescido nos últimos anos, mas eram dela, eram dele, eram ela, eram ele. Eram eles. Ela não voltou. O vinho continua fechado.

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