terça-feira, 26 de abril de 2016

Querida, não esqueça do leite desnatado. Te amo!

A reunião, planejada, foi cancelada. A febre e a dor de cabeça no corpo dele, não planejadas, passaram na frente. O corpo pequeno, que só deveria brincar, não dormiu à noite, conforme planejado. E minhas oito horas de sono, planejadas, foram interrompidas, quantas vezes? Contei uma, duas, três, acho que cinco. Há quantos anos, aliás, minhas horas de sono não passam de planos? E tem a morte. Ah, essa que não conhece agenda, relógio, calendário ou planilha. Essa que chega e passa na frente do que for, até de reunião planejada com o presidente dos Estados Unidos da América, que não sei se ainda é o homem mais importante (whatever it means) do planeta, mas que também pode ser alcançado pela morte. Oh, god! E ela chega e passa na frente de todos os planos, nos deixando assim, assim... só com a certeza de que não temos palavras e de que vivemos como se ela não estivesse no único plano que dá certo e como se nossos planos fossem todos se concretizar só porque estão nas agendas e nas planilhas, às vezes até escritos no calendário pregado com fita crepe na porta da geladeira.


Mas a reunião fica para amanhã. Ou depois de amanhã. Assim como a compra do leite, apesar do bilhete na geladeira há dois dias. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário