quarta-feira, 27 de março de 2013

A menina que me fez sorrir


Ela tinha menos de vinte anos e por volta de um metro e sessenta. Era gorda, os músculos eram flácidos e a pele transparente. Usava óculos de lentes grossas, tinha os cabelos castanhos no formato de uma tigela e emitia sons guturais ao tentar falar com a mãe pelo celular enquanto caminhava pela estação do metrô.

Mãããã....mãããã...mããããeeee

Mãããã....mãããã...mããããeeee

Caminhava com a certeza da sua independência que lhe permitia entrar no trem certo.

Mãããã....mãããã...quéééé....quéééé...uuuumaaaa...eviiiissss...eviiiisssstaaaa...eviiiisssstaaaa noooovaaaa

E antes que a mãe desligasse,

Mããããeeee...e uuuummmm...uuuummmm poduuuutoooo da Avoooonnnn.

Caminhava com a certeza da sua independência que lhe permitia sair do trem certo. E era linda.

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