Em todos os
encontros que tiveram, ele chegou atrasado. Porque estava jogando futebol, ou
andando de moto, ou jogando bilhar com os amigos, ou no bar com conhecidos de
bar, ou vendo novela. Mas sempre foi. E sempre foi com os olhos alegres, a boca
úmida e as mãos quentes. Nas noites frias, ele a envolvia, nua e friolenta, num
cobertor extra. Nas tardes quentes, ele a deitava, nua e calorenta, nas pedras
molhadas de uma cachoeira. Ele gostava de pés femininos e ela, sem precisar
implorar, nem mesmo pedir, ganhava massagens infinitas durante todo um filme ou
um capítulo de novela. Ela gostava do seu reflexo nele. Nenhum outro espelho mostrou-a
tão bonita. Foram incontáveis pedidos de casamento, até ajoelhado, até com
lágrimas. Ela sempre disse não. Ninguém sabe o porquê.
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