quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sete dias

Um dia. Não, dois. Três. Sete, vai. Durante uma semana ela precisa deixar de ser guerreira e forte e batalhadora e solucionadora de problemas e foda. Durante uma semana deixar de se preocupar com o trabalho que paga contas, com a despensa que precisa estar abastecida, com o horário das crianças, com o barulho do carro, com a dor de ouvido do filho na madrugada, com o peso do próprio corpo, com as unhas pintadas para as reuniões com homens que se levam a sério. Uma semana com roupas de algodão, nada que grude no corpo. Uma semana sem sapatos, nem chinelos. Quiçá uma semana sem roupa alguma, jogada na cama, na grama, na areia, na água salgada. Ou doce. Cafuné e massagem nos pés. Porque durante uma semana ela precisa ser tratada como flor rara mesmo, mulherzinha, não frágil, porque não é, mas delicada. Só uma semana e depois volta a ser o que é, mesmo que ela não saiba quem seja. 

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