quarta-feira, 11 de março de 2015

Sei lá

Era o único lugar que servia comida na hora do almoço naquele quarteirão. E nos quarteirões próximos. Então eu me sentava numa cadeira bamba, desviando dos buracos na calçada, firmando a mesa com uma das minhas pernas, e pedia o frango à passarinho com salada, ambos encharcados de óleo, o frango esturricado que deixava meus lábios e as pontas dos meus dedos lubrificados, as folhas de alface e as fatias de tomate lustrosas. E não sei porquê, depois de tantos anos (dezessete, dezoito ou dezenove?) eu ainda me lembro desse frango. 

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