Quero ser
Drenka. Ter peitos fofos e ancas quentes. Dar. Dar para quem quiser. Colo.
Afago. Liberdade. Uma gargalhada e uma trepada enquanto espera o filho que
entrará pela cozinha depois de um dia de trabalho pedindo um prato de comida
quente. Dar o prato, contar uma história, perguntar como foi o dia, e depois
dormir, ao lado do marido com o cheiro do amante. Abraçá-lo: o marido, o
amante, o filho; pedir que vistam um casaco nos dias frios. Um amante ou dois.
Sair de camisola pela estrada para dar um beijo em quem precisa, ou só quer. Só
se eu quiser porque é de liberdade que se trata. A minha, a sua, a dele, a
nossa, as nossas. Vestir camisola: quero ser Drenka. Dizer minha última palavra
em croata. Lembrar da Dalmácia. Dizer sim: da,
Drenka, da.
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