quarta-feira, 1 de abril de 2015

Roma

Se eu fosse, agora, para Roma, compraria un gelato, per favore, ah, scusami, un gelato ao ciocollato, e deixaria que ele escorresse pelos meus dedos enquanto eu sentaria num degrau da Piazza di Spagna. Se eu fosse, seria agora, sem bagagem, sem aviso prévio, só para tomar un gelato e voltar. E quando eu morrer, o que dirão de mim (porque ainda haverá alguém a não me deixar morrer completamente), enquanto perco a forma confinada num caixão? Que fui boa mãe? Que fui boa amiga? Que fui boa filha? Que fui péssima esposa? Que tentei não explodir nem implodir? Que tentei o novo quase todos os dias? Que chorei tanto quanto ri? Que nunca consegui fritar um ovo? Que amei menos do que poderia? Que temi mais do que deveria? Às favas com tudo isso! Que digam que fui a Roma, tomei un gelato e voltei. 

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