A barata ia
passando pela sala a caminho da cozinha quando seus olhares se cruzaram: só
preciso de um pouco de açúcar. A mulher balançou os ombros, os olhos ainda cravados
no inseto: que leve o que puder carregar. O som da tevê ao fundo, alguém ensinando
uma receita prática com queijo e goiabada. A barata mostrou-se interessada, a
mulher percebeu nos olhos do bichinho: não tenho mais queijo e goiabada, há
muito tempo. As anteninhas se abaixaram. Não tenho mais crianças que gostem
desse doce, a mulher tentou explicar, mas a barata já estava caminhando de
novo. Ei!, a mulher precisava continuar; mas a barata já estava na despensa,
equilibrando-se debaixo de um quilo de açúcar.
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