sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Lanche da tarde

A barata ia passando pela sala a caminho da cozinha quando seus olhares se cruzaram: só preciso de um pouco de açúcar. A mulher balançou os ombros, os olhos ainda cravados no inseto: que leve o que puder carregar. O som da tevê ao fundo, alguém ensinando uma receita prática com queijo e goiabada. A barata mostrou-se interessada, a mulher percebeu nos olhos do bichinho: não tenho mais queijo e goiabada, há muito tempo. As anteninhas se abaixaram. Não tenho mais crianças que gostem desse doce, a mulher tentou explicar, mas a barata já estava caminhando de novo. Ei!, a mulher precisava continuar; mas a barata já estava na despensa, equilibrando-se debaixo de um quilo de açúcar. 

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