quarta-feira, 9 de abril de 2014

Na parede

Como se uma bola de fogo crescesse ao som do tema de 2001: Uma Odisséia no Espaço, foi assim que ela percebeu seu estômago durante a noite. Embrulhou-se no próprio corpo com frio e gemeu. Se pudesse arrancar um osso do corpo e arremessá-lo contra a parede que passava a noite a lhe dizer: não há ninguém. Mas não podia. Não conseguia. Correu para o banheiro. Era preciso vomitar até ver o próprio estômago boiando na água amarelada da privada. Só depois conseguiria dormir por mais algumas horas. E conseguiu. Mas quando acordou, a parede continuava a lhe dizer: não há ninguém. 

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