Enquanto o café
esfriava, ela olhou pela janela: nenhum passarinho, nenhuma copa de árvore,
apenas mais uma moradora de um dos apartamentos do prédio vizinho gritando com
os filhos que não queriam vestir o uniforme. Fazia calor, muito calor – é que
ela gostava muito de café; e fechou os olhos para se imaginar num chalé rodeado
de neve, em frente a uma lareira com uma taça de vinho nas mãos. Chopin nos
seus ouvidos. Nenhum amor – estava cansada dele. Mais do que cansada:
machucada. Abriu os olhos e bebeu o café enquanto lia o jornal. Mais uma criança
morta no mundo. Chorou. E não foi pouco.
<3
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