Na noite do
quadragésimo aniversário de casamento, ele chegou, como nos últimos quarenta
anos, com quarenta rosas vermelhas nas mãos. Uma para cada ano ao seu lado. Alguns mais difíceis que outros, mas se
me fosse dada a oportunidade de uma outra vida, eu poderia ser pintor, lixeiro,
médico, motorista, empresário, poderia ou não ter filhos, poderia ou não viajar
tanto como viajei, poderia não ter amigos, poderia até não ler os livros que li nessa vida, mas não ser
o seu marido, isso não, isso eu não suportaria. E ela, como nos últimos
quarenta anos, o abraçou e o beijou e o chamou de meu querido e colocou as quarenta rosas vermelhas no mais belo vaso que havia
na casa – um de cristal que ganhou dele há uns vinte anos, num dia dos
namorados, repleto de margaridas, e mais uma vez, como nos últimos quarenta anos, não conseguiu dizer
para ele que não gostava de flores.
Linda, você realmente se supera... e mesmo que eu não tenha te visitado com muita constância (o que prometo voltar a fazer!!!)você é sem dúvida uma das minhas melhores leituras... gosto demais, tanto que repito o que já te disse há uns anos atrás quando nos conhecemos no bom e belo blog, você é um misto de crônica com poesia... que junção ótima. Parabéns... gostei demais. Beijos aqui desse seu amigo, ok?
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