Não havia mais
pierrôs e colombinas, mas ainda muito riso e alegria e alguns palhaços no
salão. Ela era apenas ela, sem fantasia e com os sonhos esquecidos por algumas
horas. Jogava confete e serpentina, engolindo alguns enquanto ria sem pensar no
minuto seguinte e cantava algumas marchinhas. E nesse momento de descuido é que
seu braço foi tocado – agarrado, e ela obedeceu a ordem de dançar com ele, com
um misto de medo e encanto no estômago. As mãos dadas e suadas. Os sorrisos
soltos. Ele tinha os dentes brancos e os olhos negros. E não trocaram palavras
enquanto os olhares e as mãos não se desgrudaram até a música acabar e o sol
surgir para anunciar que o carnaval só voltaria no ano que vem.
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