sexta-feira, 4 de março de 2016

Sonhos

Há anos, alguns já, sonho chegar em casa, colocar as crianças na cama e deitar no sofá para ver um filme, um filme que me faça feliz e me dê esperanças por uma ou duas horas, mas há anos, alguns já, chego em casa e dou abraços e beijos e sento no sofá para ver um pouco do desenho deles, desenhos dos quais não gosto, e o sofá não é mais meu, e a tevê não é mais minha e o tempo não é mais meu, e depois do desenho deles começa a briga para tomar o leite em menos de quarenta minutos, e escovar os dentes, e colocar na cama, e já não dá mais tempo para ler histórias, mas a gente não dorme sem uma história, e lá se vai uma história e eu, sem sonhos, capotada na cama de um deles, para acordar uma ou duas horas depois sobressaltada, restando-me apenas escovar os meus dentes, colocar o meu pijama e cair de novo na minha cama, sonhando com o dia em que chegarei em casa e me encontrarei de novo, para juntas vermos algum filme que nos faça felizes e nos dê esperanças, por pelo menos uma ou duas horas.


Hoje, lembrei-me agora, sonhei com uma aranha preta, peluda, grande, bem grande, do tamanho de um sapo-boi, e ela queria me atacar. Deve ter conseguido.




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