quinta-feira, 3 de março de 2016

Tardes de março

Não devia ter saído de casa sem batom, pensei, enquanto me esforçava para segurar o guarda-chuva quase revirado pelo vento e pulava uma poça d’água. Ele passou tentando acender um cigarro, as gotas sobre a camisa rosa. Olhei. Não tinha como não olhar. Ele olhou de volta e continuou no passo apertado. Se tivesse me dito pare eu teria parado. Se tivesse me dito vamos eu teria ido. Eu estava tão cansada, teria ido. Mas não disse nada e foi embora com o cigarro. Eu enfiei o pé na poça e disse merda. 



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